CARTAS DE AMOR
Escrevi-te cartas de amor sem papel, nem pena, nem língua,
Poemas ocultos nas linhas invisíveis do pensamento.
Escrevia-tos no rasto das estrelas e nos luares nocturnos,
Na maresia que inebriava as tertúlias vespertinas,
e nas carícias do sol na tua pele.
Dediquei-te tratados de amor sem pronunciar uma sílaba que fosse.
Tantos, que poderia compilar os códices de todos os afetos.
Mas nenhuma palavra poderá exprimir o mais intenso e bizarro sentimento:
a saudade de um primeiro encontro que nunca acontece.
Ainda assim, continuo a escrever-te cartas de amor,
Sem pena, papel ou língua,
Usando apenas a semântica do coração.
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17/10/2015; 03H30
Arte: Rob Hefferan, título desconhecido
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