quinta-feira, 29 de outubro de 2015

QUANDO A VIDA DÓI



QUANDO A VIDA DÓI

Quando a vida me dói sinto vontade de correr
Perder-me por aí, sem mapas nem destino,
Guiar-me só pelo calendário e relógio do Sol
Ir escolhendo, em cada dia, o meu caminho.

Esquecer tudo, o que antes me fez rir e chorar,
Apagar todos os ressentimentos e desilusões,
E livre do passado, crer que posso recomeçar, 
Que a vida é feita de novos projetos e ilusões.

Mas olhamo-nos e vemos as rugas no rosto,
As marcas do tempo na pele, por todo o corpo,
A tez baça, curvas indefinidas, o brilho deposto.

Súbito, o ânimo que sentíamos queda-se amorfo,
As lágrimas antes suspensas recobram a gravidade
E enfrentar tudo parece a única genuína liberdade...

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18/10/2015; 01H50

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