AOS POETAS
Fardos são, e pesados, os sonhos que nos escapam,
mas só porque ainda não buscámos outros para sonhar;
Ímpias são, e vis, as desilusões que se entranham por não termos mais lágrimas com que as chorar,
mas só porque nos esquecemos onde em nós moram sorrisos;
Ocas, vazias e inúteis são as luzes que teimam em acender-se no nosso caminho,
mas só porque nos habituámos a viver na escuridão...
Ah poeta, que cantas o sofrimento e o desespero, lembra-te que a tua Tuba e a tua Lira são varinhas de condão, génios de lâmpadas mágicas com que todos os dias nos transformas,
fazendo estremecer as nossas almas e comovendo até ao âmago os nossos corações!
E os brados de dor que desabafas são lanças envenenadas que partilhamos contigo e nos matam também!
Deixa-nos cobrir-te de pétalas, impregnar-te de fragrâncias oníricas, suavizar as feridas escancaradas e dolorosas que te deixam exangue!
Deixa-nos fazer-te acreditar que há um amanhecer claro, calmo e cálido para te confortar e encher de inspiração !
ASC © - reservados todos os direitos
Arte: "shadow", Arte Intensa
Nenhum comentário:
Postar um comentário