quarta-feira, 12 de agosto de 2015

NAS ASAS DE CALÍOPE




NAS ASAS DE CALÍOPE

Estão gastas as palavras de tanto as gritar
E roucas as vozes de tanto silenciarem...!
Concedei-me, Calíope,
apenas um breve instante de eloquência ! 
Permiti-me libertar, ainda que efémeramente,
aquilo que me dói no âmago da minha alma...
Um momento apenas, imploro-te,
para exorcizar esta melancolia,
este sopro agónico que me pesa
esta sombriedade que me entristece...!
E, alada da alegria que também mora em mim,
possa eu voar livre de mágoas e dores
e aportar naquele cais tão longínquo
onde mora a felicidade
que almejo e persigo
mas que me escapa...


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Arte: Gustave Moreau

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