quarta-feira, 12 de agosto de 2015

TAREFAS CÓSMICAS






TAREFAS CÓSMICAS

Voo indómita sob o cosmos encavalitada numa nuvem negra
que cobri de algodão tão branco como só a alvura pode ser.
Levo comigo a canção ociosa das cigarras, e um malmequer
que vou desfolhando, benquerendo, sobre os pastos verdes.
Mais além, derramo o brilho das estrelas que colhi pelo céu
sobre o vasto oceano, calmo, azul e levemente ondulante.
Um pouco à frente, largo um dos anéis roubados a Saturno 
defronte de um casebre onde crianças brincam na clareira.
Súbito, ouço uma voz autoritária chamando o meu nome !
É o Sol, repreendendo-me por me ter esquecido da chuva
e, ao invés, ter trazido a noite escondida na minha montada!
Sorrio, pedindo desculpa com ar atarantado, e dou meia volta.
Está na hora de recomeçar tudo, outra vez !


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